quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cowboys metaleiros: movimento cultural une moda e música na África

Em alguns contextos, o estilo pessoal torna-se bandeira para rebeliões sociais e culturais. A moda é transformada na crônica de uma subcultura. Os personagens se vestem para combater um ambiente ortodoxo e criam códigos específicos em endereços singulares. Caso de um grupo de homens que compõe o mundo underground de Botswana, na África, vestido como metaleiros.

O país foi palco de ditaduras e guerras civis e seu cenário de savana recebe os inusitados looks de couro ao som de heavy metal, tipo Black Sabbath e Iron Maiden. A trilha singular ecoa em clubes de rock, e esses lugares foram o foco do fotógrafo sul-africano Frank Marshall para registrar essas imagens, que compõem a mostra Renegades, em cartaz na galeria Rooke, em Joanesburgo, África do Sul, até o final de agosto.

“Para os membros desta cena, as roupas funcionam como uma espécie de competição”, diz Marshall. “Lutam entre eles para ver quem tem o aspecto mais brutal.” O estilo desses homens é um híbrido do metaleiro clássico com referências western, como chapéus e facas, além de referências vindas dos motoqueiros.

“O metal é muito respeitado em Botswana. Aqui, um show é como um ritual religioso – ficam todos loucos na véspera. Passam semanas preparando as calças de couro, as botas e outros acessórios – é como se estivessem se preparando para a guerra”, descreve o músico Tshomarelo Mosaka, aka Vulture, da banda Overthrust.

Ele é um dos roqueiros africanos que alimentam o cenário musical do país com esse curioso movimento cultural. A sacada implícita é subverter a imagem do africano típico e do metaleiro caucasiano. É uma quebra de arquétipos estabelecidos quanto à etnia, cultura, identidade e ideologia. Exemplo de um criativo movimento pós-colonialista criador de uma revolução cultural, que redefine as linhas do heavy metal e do cidadão africano.

Por: TPH

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