Do Texas para o mundo ©Reprodução
Colleen Miner é um nome para ficar de olho. Texana, sardenta e um pouco dentucinha, Colleen, aos 21 anos, tem o rosto e o mood que mais tem feito sucesso no ramo das modelos, um tanto duro e não convencional (lembra da londrina Billie Turnbull, a “punk cor de rosa” de que já falamos aqui no FFW?). Recém contratada pela agência Elite e novata em Nova York, a modelo está pegando o jeito da profissão. “Todo mundo de fora da indústria da moda tem essas noções preconcebidas sobre como é a vida de modelo. Eles não sabem que você tem que estar à disposição de todo mundo, que você trabalha longas horas e que você não recebe um salário fixo a cada duas semanas. Mas ultimamente, tem realmente valido a pena”, contou ela ao “WWD”. Confira abaixo mais sobre essa modelo que largou a faculdade, gostaria de ser agricultora e é do tipo “natureba”.
Sotaque:
“Austin é o único lugar no Texas que não se parece com o Texas. Se você sai de Austin por cerca de uma hora, é rural, Texas de verdade. Mas em Austin, a maioria das pessoas não fala lentamente e não é muito cowboy. Austin é mais estranha e eclética – definitivamente é uma bolha hippie dentro do Texas. Engraçado que, na minha primeira vez em Nova York em agosto passado, eu fui a um show no Brooklin, no East River, e realmente parecia com Austin. Quem saberia que eu poderia encontrar o Texas em Nova York?”
Morar em Nova York:
“Eu peguei um lugar em Williamsburg, então estou bastante animada com isso. Estou morando em um apartamento de modelos na 38th Street. Cabem oito [garotas] mas é flutuante. Serão três garotas numa semana, cinco na outra. Cultura de modelo é uma coisa; você nunca sabe quanto tempo você vai ficar em um lugar. Eu estava no telefone com minha mãe e tipo, “Eu estou vivendo com essa garota que está indo para a Alemanha semana que vem e essa outra que esta voltando de Tóquio amanhã e uma russa acabou de chegar”. É legal. Até porque se você não se dá bem com sua companheira de quarto, não é como se você estivesse presa a ela”.
Ensaio pra revista “Yo Dona España”, de maio de 2011 ©Reprodução/Randall Bachner
Começo da carreira:
“Estudava na Universidade do Texas, em Austin, mas decidi sair depois do meu segundo ano. Simplesmente não era pra mim. Por sorte, dois meses depois de ter saído da faculdade, encontrei uma agência em Austin. E então um mês depois a Elite mandou um agente para se encontrar comigo. E uma semana depois eu estava em Nova York. Aconteceu muito rápido”.
Sobre seus interesses além da moda:
[Gosto de] Trabalhar com a terra. Eu amo trabalhar com agricultura orgânica. Se eu não fosse modelo, estaria trabalhando em uma fazenda no Texas. Meus pais sempre nos alimentaram com orgânicos. Tínhamos um jardim desde que sou pequena; somos pessoas da terra então é algo pelo qual me sinto atraída. Acho que agora, mais do que nunca, as pessoas estão ansiosas para aprender de onde sua comida e seus produtos vêm, e eu também. Eu queria ter tempo para aprender mais sobre isso. Eu fui puxada para o mundo da moda e agora é isso que eu faço em tempo integral. Isso absorve toda minha energia mas ao final do dia seria bom poder, por exemplo, ler um livro na cama.
Eu sou super nerd. [Se não estivesse trabalhando] eu iria ao Museu de História Nacional ou ao MET. Todas as coisas que eu estou vendo agora, na vida real, eu estava lendo em livros um ano atrás. Eu sentaria na seção do leste da Ásia por tipo uma hora e ficaria. Depois acho que eu faria compras. Eu sou pobre, então eu iria aos brechós do Brooklin.
Trabalhar como modelo:
Desde que estou aqui, minha percepção do tempo mudou completamente. A semana de trabalho não é de segunda à sexta – não há uma rotina. Você nunca pode fazer planos porque assim que você os fizer, alguém vai te ligar tipo às duas da tarde e dizer “você pode estar aqui agora?”. Eu vim para Nova York em agosto. Assim que assinei o contraro, literalmente, a semana de moda começou. Foi o mês mais agitado, mais esmagador que eu já tive. Senti como se tivesse perdido a cabeça, um pouco. Todo mundo ficava me tranquilizando, “Não é normalmente assim. É apenas na semana de moda”. Mas na realidade, o normal é só uma versão menor disso.
Estilistas e estilo:
Se eu tivesse um orçamento grande, eu compraria alguma coisa do Alexander Wang. Toda vez que eu vejo um sapato que alguém está usando e eu acho legal, é Alex Wang. [Definir o estilo] é uma questão difícil, para uma modelo porque nós temos uma espécie de acordo não-falado de “você tem que se vestir de uma certa maneira para seus castings”. Assim que cheguei em Nova York, eles [a agência] falaram, “Traga sua mala aqui”. Eu fiquei confusa, mas fiz. Eles vasculharam tudo e falaram “Essas são ótimas. Essas, não use nunca mais”. Em seguida, colocaram roupas juntas e tiraram fotos. E falaram “Se você não souber o que usar, use isso”. Então você vai a um casting e você está igual a todas as outras.
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Eles estão sempre procurando por uma “it girl”, alguém que tenha personalidade própria e seu próprio estilo, então todo mundo tenta ao máximo parecer diferente. Você vai ver garotas vestindo collants e botas militares, e você fica tipo “ahn?”. Acho que isso funciona, embora as garotas que são importantes normalmente usam as coisas mais malucas.
Eu sempre fui estranha, não estranha do tipo que usa collants, mas diferente. Tipo na escola, todo mundo falava, “Hm, o que você está vestindo?”, mas eu só adicionava pequenos detalhes. No ensino médio, eu sempre usei cintos por fora dos meus cardigãs. Agora todo mundo faz isso, mas eu me lembro de uma professora falando “O que você está fazendo?”. Quer dizer, eu gosto de silhuetas clássicas, cores clássicas. Eu tento usar apenas algodão orgânico. Eu uso muitos jeans de cintura alta. Eu já ouvi muita gente dizendo “Você se veste como se fosse do Brooklin”.
Beleza:
O hidratante fácil da Kiehl’s é matador. Eles só usam ingredientes naturais. Eu preciso do meu lip balm “Burt’s Bees” em mim o tempo todo. Eu gosto de Vitamina E para as unhas e cutículas. Ah, e água de rosas antes de colocar maquiagem. Dá um brilho radiante. Eu nunca fui muito de maquiagem, mas eu uso um hidratante-base com FPS.
Coisa mais maluca que já fez como modelo:
Há muitas coisas estranhas que uma modelo tem que fazer. Às vezes, quando você olha pra trás e tira do contexto, você fica tipo, “o que eu estava fazendo?”. Eu fiz um editorial em Sidney uma vez. Era outubro então era primavera, mas nós subimos a montanha e começou a nevar. E eu supostamente deveria usar roupas de banho. Então entre as fotos, eu me enrolava em cobertores e chapéus e botas Ugg, e assim que eles falavam “Pronta?” eu tirava tudo.
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Por: FFW
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