segunda-feira, 25 de julho de 2011

RIP Amy Winehouse.

Foi num sobressalto sem tamanho que a notícia se espalhou. Primeiro nas redes de TV, depois no Twitter e enfim em todos os sites jornalísticos e de entretenimento do mundo. "Amy Winehouse foi encontrada morta dentro do flat onde morava, em Londres". Assim, de forma seca e abrupta, ironicamente ao típico modo Amy de ser, se encerrava, na tarde do sábado de 23 de julho de 2011, uma das carreiras mais promissoras do show business mundial.

Amy teve um carreira astronômica, raridade em tempos de troca de música na internet e profusão de bandas e artistas. Espantou o mundo que, incrédulo, escutava o vozeirão de timbre assemelhado aos das divas negras da música vindo de uma inglesa mignon, de aparência frágil e corpo mirrado. Com apenas dois discos lançados – Frank, em 2003, e Back to Black, em 2006 - ela chegou ao topo estrelato, ao mesmíssimo e perigoso estrelato que, de forma trágica, mas sempre em circunstâncias parecidas, levou embora tantos outros artistas de seu naipe.

Conhecida por sua inconfundível voz grave e seu característico penteado (um enorme coque), Amy Winehouse foi o maior talento musical a estourar na década passada, a cantora foi também um ícone da moda com o cabelo, a maquiagem e as roupas vintage. Mas não foram o estilo e o talento de Amy que a levaram a ocupar as manchetes de jornais e revistas. Sua atribulada vida pessoal, cheia de desentendimentos e polêmicas, logo ocupou espaço na mídia.

Desde 2005, a cantora se envolvia sistematicamente em brigas públicas, prisões por uso de drogas e farras homéricas a ponto de ser impedida de entrar nos EUA. Não poucas vezes, ela foi fotografada em estado deplorável. Numa delas, Amy estava dormindo abandonada em um banco de praça, com o sol a pino. O ápice do vício em heroína - a mesma droga que acabou com a vida de outros ícones da música como Billie Holiday e John Coltrane, coincidiu com o declínio da carreira, quando Amy cancelou shows, fez performances bem abaixo do seu talento e abandonou apresentações no meio.

No vídeo abaixo, show feito na Sérvia, em que foi vaiada pelo público, fica claro o quão debilitada ela estava.


A diva branca do soul, vencedora de cinco prêmios Grammy, lutou durante anos contra o vício, como ela mesma explicitou na música que a tornou mundialmente famosa, o hit Rehab. Embora óbvia á primeira vista, a possibilidade de uma overdose mortal ainda será investigada pela polícia londrina.

Durante boa parte de sua carreira, Amy viveu complicações relacionadas a drogas e abuso de álcool e enfrentou diversas internações em clínicas de desintoxicação. Recentemente, durante preparação para uma nova turnê prevista para este verão na Europa, a imprensa britânica noticiou que a diva trash ficou internada por uma semana em uma clínica de recuperação em Londres por recomendação de seu pai, Mitch, preocupado com o fato de a cantora estar bebendo além da conta.

Amy foi vista publicamente pela última vez na quarta-feira, 20 de julho, em Londres, quando apareceu de surpresa durante uma apresentação da adolescente cantora de soul Dionne Bromfield. A garota, de 15 anos, foi apadrinhada por Amy nos últimos meses. A despedida foi muda. No palco, Amy apenas dançou.



REPERCUSSÃO

Foi só o canal britânico Sky News anunciar com alarde a morte da cantora inglesa Amy Winehouse, 27 anos, para as repercussões sobre o falecimento repentino e prematuro da artista invadirem rapidamente o microblog Twitter. Minutos depois da veiculação dos primeiros rumores sobre o assunto, a hashtag #amywinehouse já figurava em primeiro lugar nos Trendings Topics - que apontam os assuntos mais comentados na rede social - tanto do Brasil quanto do Mundo.

Amigos, estrelas do entretenimento e figuras públicas expressaram tristeza na rede social após a "diva trash do soul", de 27 anos, ter sido encontrada morta em seu apartamento, em Londres.

"Muito triste com as notícias sobre Amy Winehouse. Meu coração está com sua família. Espero que sua problemática alma soul encontre paz", escreveu a atriz norte-americana Demi Moore.

Sarah Brown, esposa do primeiro-ministro britânico Gordon Brown também expressou sua tristeza. "Acabei de saber das tristes notícias a respeito da morte de Amy Winehouse. Com apenas 27 anos, uma terrível perda de um grande talento. Minhas sinceras condolências à sua família".

"RIP (sigla para ′rest in peace′, descanse em paz) Amy Winehouse. Muito triste ver a vida de um talento terminar em tragédia. A notícia me deixou arrasada", escreveu a cantora country norte-americana LeAnn Rimes. A cantora Jessie J, colega de escola de Amy, twitou: "As lágrimas escorrem no meu rosto. Que grande perda".


Mayer Hawthorne. Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press

Já Mayer Hawthorne, músico que tocou com ela em Recife, disse estar abalado com a notícia. "Profundamente triste. Descanse em paz, Amy. Obrigado por tudo", escreveu.

A também cantora Sandy afirmou pelo Twitter acreditar até então na recuperação da estrela: "E a Amy morreu... Pode ser ingenuidade minha, mas, achei q uma hora ela ia sair desse caminho e VIVER da música dela, q era boa. Q triste...".

E houve também quem engrossasse o coro do eu já sabia, como o ator Marcelo Médici: "No fundo sabíamos que isso ia acontecer, mas estou muito triste. #AmyWinehouse".
No site oficial, nenhuma mensagem, apenas o silêncio, e uma foto em preto e branco.


O macabro 27 Club - Além das lamentações postadas pelos fãs de todos os lugares e das condolências dirigidas à família, muitos comentários davam conta do fato de Amy ter morrido com a mesma idade de outros grandes mitos música. "Brian Jones, Kurt Cobain, Janis Joplin, Jim Morrison, Jimi Hendrix e agora Amy Winehouse. Todos morreram aos 27 anos. Descansem em paz todos", postou o usuário @Nkottawa. Os artistas fazem parte do chamado 27 Club, grupo criado para cultuar grandes nomes do rock que, por uma bizarra coincidência, morreram com esta idade

Vários dos comentários mencionando a hashtag tocavam na polêmica do uso das drogas, sempre presente na carreira da cantora. A dependência química sofrida por Amy era pública, com idas e vindas rotineiras de clínicas de reabilitação, e o seu jeito escancarado dividia o público entre os que a amavam e os que a odiavam. Em vários shows, incluindo o que fez em janeiro deste ano no Recife, Amy protagonizou tombos, desmaios, interrupções e cancelamentos atribuídos à embriaguez e ao uso rotineiro de drogas


Amy deixa um espaço vazio no mundo da música

Um gênio incompreendido, uma carreira repentinamente interrompida, uma artista como há tempos o mundo da música não via. A impressão que Amy Winehouse deixa para artistas da área é variada, mas converge em uma opinião comum: o lamento de uma perda tão precoce de uma estrela que ainda tinha muito a viver e apresentar ao mundo. Confira a repercussão da morte da cantora no meio artístico.


Foto: Divulgação

"É mais do que triste, não há nada para dizer. Ela era uma alma perdida, espero que ela descanse em paz"

Lilly Allen, cantora inglesa, no Twitter




Foto: Divulgação

"Eu quase não consigo respirar, não consigo parar de chorar. Perdi uma das minhas melhores amigas. Eu te amo para sempre, Amy, e nunca vou esquecer quem você era verdadeiramente"

Kelly Osbourne, cantora a atriz americana





Foto: Divulgação

"Meu coração vai com Amy. Sentirei saudades para sempre. Descanse em paz!"

Bebel Gilberto, cantora e compositora



Foto: Divulgação

"Eu lamento muito. Acho que ela foi muito importante: quebrou uma postura muito artificial do showbussiness. Era talentosa, mas me irritava muito esse espetáculo bizarro, soou muito clichê. Cada qual tem sua sina, sua vida, precisamos saber exorcizar de maneira mais inteligente. Eu, no lugar dela, ía para o Caribe, Colômbia, chamava Sly and Robbie, gravava um "discão" e arranjava um monte de gatinho! É isso aí! Mais uma fábula rock and roll revisitada".

Catarina Dee Jah, cantora, moradora de Olinda





Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press

"Fiquei sabendo da morte dela faz menos de meia hora, durante a passagem de som pro show aqui em Garanhuns. Uma das primeiras coisas que associei foi com a morte de Chico (Science), que também era muito jovem e só gravou dois discos. Claro que por motivos diferentes. Dá aquela sensação de que ela deixaria um legado, tinha uma trajetória que prometia muito. É um episódio para calar a boca de muita gente, que dizia que ela era só pose, encenação. Que esse lance de ser junkie, drogada, era marketing pessoal. Fui pro show dela no Recife com minha família, curtia muito a música dela. A gente via que ela não estava 100%, o som no show estava prejudicado, a qualidade não era muito boa. Ela foi um fenômeno de vendas e em termos de qualidade, de ser uma artista com muito brilho, num período adverso para a indústria da música. Era cultuada, uma campeã de vendas, uma remanescente desta indústria".

Fred 04, cantor e compositor, líder da banda Mundo Livre




Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

"Não me ache esquisita, mas eu tenho um gosto que pode parecer estranho. (A última artista que escutei na internet) foi a Amy Winehouse. Ela tem um timbre extraordinário, é uma interpréte excelente, que sabe escolher ótimas composições. É uma grande artista, com uma força imensa. Depois de Janis Joplin , só foi ela quem trouxe de volta essa coisa explosiva, diferente. Sinto muita falta de Janis Joplin. Ela tinha essa coisa da genialidade e da loucura na vida pessoal e no palco que a Amy também tem. Tenho muito medo que ela morra jovem. Rezo todo dia por ela. Não só eu, mas muita gente também reza pela Amy.

Maria Bethânia, cantora baiana, em entrevista ao Diario em setembro de 2010

Paradas de Sucesso após morte.

A cantora Adele e a banda The Wanted mantiveram suas posições no topo das paradas britânicas de álbuns e singles no domingo (24), um dia depois que o mundo da música começou o luto pela morte da cantora de soul Amy Winehouse.

As vendas das gravações da falecida cantora, de 27 anos, dispararam nas horas depois da notícia sobre sua morte, que aconteceu na casa da cantora no norte de Londres, no sábado (23).

Segundo a Official Charts Company, as vendas dos álbuns da Winehouse aumentaram em 37 vezes nas poucas horas antes do fechamento do período monitorado pelo ranking semanal. A venda de singles subiu 23 vezes.

Isso foi o suficiente para impulsionar 'Back to black', lançado em 2006 e vencedor de 5 Grammy, ao 59º lugar nas paradas de álbuns e empurrar a canção para o 81º lugar no ranking de singles.

Não houve mudança nas primeiras cinco posições no ranking de singles, e 'Glad you came', do Wanted, manteve o primeiro lugar pela segunda semana consecutiva.

O mesmo ocorreu na lista de álbuns, em que Adele manteve o primeiro e o terceiro lugares com seus lançamentos '21' e '19', enquanto Beyoncé ficou com o segundo lugar com seu álbum de estúdio '4'.


"Saio da vida para entrar na História" é frase de Getúlio Vargas, ex-Presidente da República Brasileira, dita antes de sua morte, em 24 de agosto de 1954. E que cai bem a morte de Amy Winehouse.
R.I.P AMY WINEHOUSE.

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