No fim do mês passado (14 a 19 de junho de 2011), aconteceu na cidade de Goiás, no Estado de mesmo nome, a XIII edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA).
Fui nos últimos dias (17,18,19 de Junho), com o intuito de assistir alguns filmes e ver os shows. E só estou postando hoje porque demorei um pouco pra digerir o evento (como sempre), e porque fiquei com birra. Já estava guardado na minha memória, e como egoísta que sou, não ia dividir com vocês. O que seria muito injusto da minha parte, porque um evento tão bom e de tão grande importância têm de ser compartilhado. E é o que farei!
Ao chegar na cidade, me deparei com a paisagem histórica, tanto escutada desde sempre. Não me comoveu muito. Chegando no lugar onde ia ficar hospedado, uma inesperada surpresa. Muita gente de Goiânia, que eu via todos os dias, estavam alí. Pessoas que eu não via a algum tempo, e pessoas que eu nunca imaginara encontrar.
Me arrumei, com roupas adequadas pro gostoso clima frio da noite, e fui pro Parque de Eventos. O show já havia começado, então nos sentamos perto do palco, de costas pra um rio bonito, em cima de pedras que formava um murinho.
Sobe ao palco então uma cantora com uma bela voz, um black power vermelho, e vestida com um sobretudo de oncinhas. Claro, soltei aquela frase: ''nossa, que mulher estilosa''. Cantando blues, e MPB. Começou o toque de uma música, e eu pensei: ''parece Miss Celie's Blues! Nosssa, se tocasse Miss Celie's Blues aqui ia ser lindo''. E era, a música de Quincy Jones, que me apaixonei quando assisti o DVD da cantora Marjorie Estiano, em que faz a versão dela da música.A bela voz era da cantora Claúdia Vieira, natural de Goiânia. Me apaixonei!Foi o começo de uma noite agradável, e nostálgica.
Logo depois veio o show tão esperado da noite, com a cantora Maria Rita. Cantou acompanhada pelas vozes da platéia, que foi retribuída com grande atenção da cantora, e mostrou ao vivo a performance que conhecemos tanto pela TV. Foi emocionante escutar músicas como:'' Encontros e Despedidas'', música de Milton Nascimento e Fernando Brant , que a consagrou como cantora nacional, e ''Coração em Desalinho'', ambas usadas em temas de aberturas de novelas. Pra terminar o show com chave de ouro, Maria Rita cantou músicas da banda ''O Rappa'', que deixou a platéia ainda mais emocionada.
Quando o show acabou, o público se dividiu entre bares, alguns eventos que ainda acontecia, e a Pça. do Coreto, que aliás, era o ponto de encontro de todas as tribos.
Já no segundo dia, cheguei a praça de eventos e a banda Goiana Gloom já estava no palco, música boa e animada, mas cheguei tarde e logo o show acabou. Manu Chao entrou no palco, com músicas que fez o público sair do chão. Fiquei ansioso pra chegar a hora de ''Clandestinos'', o rit que marcou a noite.
"Mano Negra clandestina
Peruano clandestino
Africano clandestino
Marijuana ilegal"
Bem irreverente! E a música "Me gusta Tu'', ao qual a frase " Me gusta marijuana, me gustas tu" não saiu da cabeça nos outros dias.
No terceiro dia, ansioso para assistir a banda goiana Diego de Moraes e o Sindicato, logo quando anoiteceu ouvi minha música preferida deles, ''Amigo'', e como atrasado que sou, ainda não estava frente ao palco. Sorte minha estar hospedado bem perto de onde estavam acontecendo os shows, então corri logo pra pegar o finzinho da música divertida, e a única que eu conhecia da banda até o momento. Diversão foi o que não faltou na apresentação! Músicas com letras engraçadas, inteligentes, e com aquele fundo de critica social mais do que necessária, acompanhadas pela presença de palco do vocalista, também eufórico, que desceu do palco e saiu andando no meio da platéia, o que fez com que ela ficasse enlouquecida.
E então chegou a hora tão esperada pelos rockers (e não-rockers), Rita Lee adentra ao palco, e a platéia vai ao delírio. Uma senhora, de quase sessenta anos, que poderia ser minha avó. Eu penso: ''Nossa, ela parece ser mais nova na TV''. Pego de surpresa, claro. Rita Lee mudou totalmente a idéia que eu tinha dela. Particularmente, a idéia que tinha, é que Rita Lee era apenas mais uma dessas cantoras ditas ''roqueira da pesada'', mas que não passam de Pop Rock e olhe lá. O que eu vi foi uma louca, alucinada, que mesmo com a idade não perdeu o espírito jovem, rebelde, e alucinante. Daquele tipo ''yeah, vamos mudar o mundo'', que realmente é o rock'n roll. No vídeo abaixo dá pra ter uma noção das peripécias de Rita Lee no palco. (E claro, o belo guitarrista, Beto Lee, filho de Rita Lee).
E pra nossa surpresa, de repente Michael Jackson com alguns quilinhos a mais ressuscita no palco, dando um charme dançante ao show, com moonwalk e tudo que uma apresentação cover do eterno Michael tem direito.
Climax na música ''Doce Vampiro'':
O Fica, como o nome mesmo diz, é um festival de Cinema e Vídeo Ambiental. Mas a maioria do público vai por causa dos shows. E quem perde são esses que não assistem aos filmes apresentados. Esse ano, o homenageado foi o crítico, cineasta e jornalista carioca Arnaldo Jabor, e teve a presença da ex-candidata a presidência Marina Silva. Não pude acompanhar os filmes e debates, porque cheguei na sexta e tudo já havia praticamente acabado. Até tentei assistir ao filme '' Eu sei que vou te amar'', de Arnaldo Jabor. Mas quando cheguei a porta do Cine Teatro São Joaquim o lugar estava lotado, e havia pessoas sentadas até no chão.
Vale ressaltar o clima presente na cidade, muitos jovens pra lá e pra cá, muita gente bonita, diferente, e todos à vontade, como se estivessem em casa.
Em resumo, os shows foram maravilhosos, a cidade é bela e aconchegante, e quanto aos filmes, na próxima edição eu não perderei de jeito algum.
Foi lindo!
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