Os Paparazzi
Pouco conhecida no Brasil apesar de esse ser seu segundo show no país em menos de um ano, Janelle Monáe triunfou em sua apresentação no Palco Mundo. Tímida no início, a platéia foi sendo conquistada pouco a pouco e explodiu nas últimas faixas do repertório, uma sequência com “I Want You Back” dos Jackson 5 e os três maiores sucessos da cantora.
Pensado como uma história única divida em quatro “atos”, o show soa bem menos conceitual do que aparenta no início. Envolta numa capa preta e acompanhada por dois dançarinos, Janelle entra no palco depois de uma introdução instrumental e logo emenda“Dance Or Die“, se mostrando de calça preta e camisa branca de alfaiataria.
A partir daí, Janelle vira uma gigante, cantando e dançando com excelência, enquanto vai vencendo aos poucos a resistência do público. Como o disco, o show quase não tem paradas, fazendo “Faster” e “Locked Inside” parecerem uma música só. Depois de um breve interlúdio instrumental, a segunda parte é aberta com uma boa versão “Take Me With U” de Prince, que acabou funcionando como um consolo pelo recente cancelamento do show do cantor no Brasil. Voltando ao repertório autoral,“Sincerely, Jane” foi a primeira a ter uma resposta maior da platéia, que vibrou com a encenação de Janelle matando os monstros-dançarinos, encerrada por um moonwalk.
Como acontece nos shows dessa turnê, Janelle pintou uma tela ao vivo (no caso, uma forma feminina e a palavra “love”) enquanto cantava “Mushroom & Roses”, uma balada psicodélica que destoa do ritmo mais acelerado do resto do repertório.
“I Want You Back” dos Jackson 5 deu início a parte final do show e acendeu de vez o público, que aplaudia e gritava cada vez mais forte. O cover deixa mais clara a impressão que a música de Janelle funciona como um grande elogio a um passado mais cerebral da música americana, de Michael, de Prince e do próprio Stevie Wonder, que fechou o Palco Mundo na última quinta (29/09). Mesmo não ainda tendo um repertório tão sólido quanto seus mestres, a cantora tem ambição e talento o suficiente para trilhar uma carreira tão brilhante quanto eles.
Com a platéia na mão, Janelle mandou na sequencia “Cold War” e “Tightrope”, seu dois maiores hits, e foi ovacionada. Mais roqueira, a primeira teve direito a um incrível solo do guitarrista Kelindo Parker. Na segunda, a falta de uma voz masculina para fazer os versos de Big Boi do Outkast foi bastante sentida, fazendo a cantora quase perder o fôlego no meio do segundo verso da música.
O final, com “Come Alive (The War Of The Roses)”, foi apoteótico, com Janelle simulando a morte dela mesma e a de sua trupe. Sem conseguir fazer que o público se abaixasse, a cantora montou nas costas de um dos dançarinos e invadiu a área em frente ao palco, bem no meio do público.
Adorei!
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